EPPGG é finalista de um dos principais prêmios nacionais de reconhecimento às mulheres
Indicação da gestora foi baseada em sua atuação para promover os direitos das pessoas com deficiência. Feliz por poder colocar o tema em debate e por servir de exemplo, Izabel Maior considera o apoio de outros membros da carreira fundamental em sua trajetória
No próximo dia 05 de novembro, mais uma representante da carreira de EPPGG concorrerá a uma das maiores premiações direcionadas à mulher brasileira. Secretária nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a gestora Izabel Maior é finalista na categoria Políticas Públicas do Prêmio Cláudia 2010, que dá reconhecimento às mulheres que transformam a sociedade com iniciativas originais.
A indicação veio devido ao seu protagonismo na luta pela promoção dos direitos das pessoas com deficiência. Desde a década de 1970 sua atuação social e profissional tem esse foco. Em 1988, por exemplo, Izabel escreveu o livro “Reabilitação Sexual de Paraplégicos e Tetraplégicos”, obra pioneira que ajudou a quebrar o tabu existente sobre o tema. Na Administração Pública, entre pequenas e grandes ações, a EPPGG coordenou a criação do Decreto nº 5.296/2004, referente à acessibilidade, e representou o Brasil na elaboração da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - norma que, em 2008, sob a liderança da gestora, foi ratificada pelo Congresso Nacional e ganhou equivalência de emenda constitucional.
Apesar das vitórias alcançadas, a secretária reconhece que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que os mais de 24 milhões de brasileiros com deficiência (dados do Censo do IBGE de 2000) tenham acesso irrestrito a seus direitos. “Os maiores obstáculos são a discriminação e a desinformação. Vencer o despreparo da sociedade com sensibilização e capacitação, em geral, é uma atividade permanente”, avalia Izabel.
Entretanto, a EPPGG acha que o momento é propício para que o governo inclua no Plano Plurianual 2011-2014 programas que envolvam as especificidades das pessoas com deficiência. A proximidade da realização no Brasil de eventos de porte mundial, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, incentiva a criação de empreendimentos que tenham o conceito de “desenvolvimento inclusivo e sustentável, que respeita os direitos humanos de todas as pessoas”.
”Os investimentos precisam considerar o desenho universal, a acessibilidade, que vai da janela de intérprete de Libras na televisão e do site acessível aos usuários cegos, até a mobilidade urbana”, diz a secretária.
Apoio dos EPPGGs
Segundo Izabel, muitas das vitórias que conquistou no sentido de defender os direitos das pessoas com deficiência tiveram o apoio de colegas de trabalho e parceiros que também são gestores. Em diversas ocasiões a gestora recorreu à rede de EPPGGs para buscar apoio e parcerias dentro do governo. E os resultados podem ser ainda melhores.
“Ser gestora governamental facilitou minha atuação em todos os momentos, desde conhecer pessoas da própria Secretaria de Direitos Humanos que trabalham com as ferramentas de gestão, com formulação de políticas públicas e com legislação, até no trato direto com os dirigentes. Quero agradecer o apoio da ANESP, os votos e o carinho dos colegas, e convidar cada EPPGG a pensar a respeito de sua atuação como agente de mudança capaz de acelerar a inclusão das pessoas com deficiência”, diz.
Exemplo
Mais do que um reconhecimento profissional, a secretária considera que a indicação ao Prêmio Cláudia 2010 representa uma oportunidade para se colocar o tema sob os holofotes do debate. Diversos veículos de grande circulação divulgam o prêmio, levando o exemplo de Izabel aos milhões de indivíduos que possuem alguma deficiência e sensibilizando a sociedade sobre a necessidade de se garantir a inclusão desses brasileiros.
“Bastariam esses pontos e a indicação teria cumprido seu papel social. Sinceramente, gostaria de pensar que outras pessoas com deficiência e suas famílias estejam assistindo e tenham mais um estímulo para acelerar seus tratamentos de reabilitação, para fazer a matrícula na educação inclusiva e para enfrentar e vencer a discriminação”, comenta.
Perfil
Médica fisiatra e professora da faculdade de Medicina da UFRJ, Izabel se formou na 5ª turma do curso de formação. Entre 2001 e 2003, integrou a Diretoria da ANESP. Há oito anos está na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e é a primeira pessoa com deficiência a coordenar a Política Nacional para a Inclusão da Pessoa com Deficiência.
Fonte
Assessoria de Comunicação ANESP