Estudo da Enap estima que serão necessários até 655 mil servidores federais em 2050

Com o envelhecimento da população previsto para os próximos anos, a demanda de profissionais na rede pública federal pode chegar a 655 mil em 2050, 17% superior ao contingente em atividade hoje. Se tecnologias de automação forem implementadas de forma moderada - em atividades como preparar relatórios, formulários e planilhas -, a necessidade de servidores pode cair para 572 mil, no mesmo ano. Os dados são de estudo financiado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), que acaba de ser publicado. Atualmente, existem cerca de 560 mil servidores em atividade.

Acesse o estudo aqui.

As projeções foram elaboradas em metodologia inédita, cruzando estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados de gastos e número de servidores públicos federais - especialmente nas áreas de saúde e de educação. Até o ano de 2050, os cálculos consideraram diversos cenários em três ritmos de avanço da automação. Veja detalhes:

“Os resultados nos mostram que por meio da automação é possível reduzir custos ao mesmo tempo em que aumentamos a produtividade, pensando em garantir a cobertura e qualidade na prestação de serviços públicos”, ressalta Willian Adamczyk, pesquisador que conduziu o estudo.

"As projeções apresentadas na pesquisa utilizaram dados de sistemas que estão armazenados no Infogov, que é uma plataforma online para análise de dados do governo que também está à disposição de servidores e gestores para o aprimoramento do setor público", destaca o coordenador-geral de Ciência de Dados da Enap, Pedro Masson.

Educação universitária de qualidade

Além das projeções da necessidade de servidores nas próximas décadas, a pesquisa também investigou quantos profissionais da educação universitária federal serão necessários no futuro.

Levando em conta apenas o envelhecimento populacional, o menor número de jovens trará uma queda na demanda por ensino superior público em algumas décadas (menos 18% de professores do que atualmente).

Já no caso de o Brasil investir na melhoria da qualidade do ensino superior e se equiparar aos países desenvolvidos - como prevê a meta 12 do Plano Nacional de Educação - serão necessários mais servidores nas universidades públicas (24% a mais do que hoje em dia). Com um maior número de professores para um menor grupo de alunos, será possível aumentar a qualidade com turmas mais enxutas. Estudos internacionais indicam que quando um professor se dedica a ensinar um número menor de alunos, isso se reflete em maior qualidade do ensino e do aprendizado.

Texto adaptado do site enap.gov.br