No Estadão, EPPGG critica "receitas pré-fabricadas" sobre transição energética

Em artigo publicado no Estadão, o EPPGG Fernando Antônio Ribeiro Soares afirma ser estritamente necessário realizar uma transição energética de forma a reduzir os Gases de Efeito Estufa (GEEs) e atuar pela descarbonização do Brasil e do planeta. Contudo, para tanto, não é necessário aceitar receitas pré-fabricadas de transição energética, ignorando vantagens comparativas do Brasil. "Os países são muito diferentes entre si [...] não há necessidade de adotarmos nos países em desenvolvimento e no Brasil uma fórmula previamente estabelecida. Em outras palavras, nossas especificidades importam", escreve Soares.

Segundo o autor, é óbvio que o elemento central na discussão é a descarbonização. Há, porém, nuances: "[a descarbonização] não pode ser feita sem observar outros fatores, principalmente a segurança energética e os custos da transição para a sociedade, ainda mais para uma sociedade como a nossa, que é ainda carente de tantas coisas e que demanda uma melhoria na qualidade de vida. De outra forma, não posso meramente buscar uma matriz energética mais limpa à custa da qualidade de vida da população e, especialmente, da população mais pobre", defende.

Para Soares, as especificidades de cada região e país devem ser levadas em conta quando falamos em transição energética. No caso do Brasil, por exemplo, seria correto abrirmos mão do pré-sal, uma vez que é combustível fóssil? Não, contesta o EPPGG: "Trata-se de uma verdadeira vantagem comparativa do País: temos abundância desse recurso natural e, portanto, eficiência e competitividade para produzi-lo. Numa visão simplista da transição energética, deveríamos simplesmente abandonar essa riqueza. Contudo, é possível que, economicamente e socialmente, o abandonemos? Creio que não. Além disso, falta à discussão a ponderação de que a produção de carbono equivalente do petróleo oriundo do pré-sal é uma das menores do mundo. Sim! Há diferenciação no grau de geração de GEEs por diferentes tipos de petróleo ao redor do globo", argumenta.

Leia o artigo na íntegra.